quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CAPÉ - GUINÉ 2007 ( por "El Panchito" )

CAPÉ – GUINÉ - 2007



EQUIPA: Lucio Faria

Paulo Orelhas

João Galamba

João Albuquerque

Carlos Modesto

Carlos Silvestre

PARTIDA : (local; data; hora)

LISBOA, 23/02/2007, 11:05 horas.

DESTINO: (local;data; hora)

BISSAU, 23/02/2007, 16:00 horas.



INTRODUÇÃO

Após uma breve pausa de aproximadamente três anos, volta este vosso escriba, a pedido de várias famílias, à narração de uma odisseia, digna de Júlio Verne, não só por ter como destino um país de África, mais precisamente a Guiné-Bissau, mas também pela qualidade intrínseca dos seus participantes, todos eles cotados de elevados créditos pessoais, cinegéticos e de outras valias, que agora não importa revelar.
A equipa seleccionada, através dos critérios federativos internacionais, foi confrontada com três baixas de vulto, Eng. Arlindo Reis, Eng. José Venâncio e Eng. Luís Bettencourt, como devem calcular três elementos deste calibre e mais a mais, engenheiros, nunca é de desperdiçar, em especial no continente africano, onde os seus conhecimentos podem ter um valor superlativo, face ás múltiplas tropelias que acontecem, no entanto, o compadre José Venâncio, não deixou os seus créditos por mãos alheias e fez-se representar, através de um avio daqueles á antiga (vinho, queijo e azeite).
Em sua substituição e sujeitos a avaliação constante, foram convidados os senhores João Albuquerque, empresário, caçador e atirador e o senhor Carlos Silvestre, agricultor, caçador, atirador e primo do Lúcio Faria, factor que não teve qualquer influência na classificação final, dada a prestação desenvolvida ao longo das jornadas.
Os restantes elementos, formados na academia afro-americana, contam já no seu vasto curriculum, com várias digressões aos continentes africano e americano, em cenários por vezes demasiado hostis, factos que já lhes mereceram várias menções (des) honrosas.
Consumadas as apresentações, vamos à narração dos factos, por ordem cronológica e detalhada, perdoem algumas omissões como também alguns floreados, porque há imagens que mil palavras não conseguem descrever.


1º Dia –23/02/2007

Como estava acertado, parte da equipa concentrou-se há hora marcada, 07h15, em casa do Lúcio Faria, no Biscaínho, não confundir com os aposentos de Serpa, relevando um ligeiro atraso do João Galamba, que ao percorrer o itenerário de Coruche ao Biscaínho, foi interceptado ao quilómetro 8, no lugar das Courelas da Amoreirinha, por um aparatoso acidente, envolvendo várias viaturas, que provocou o corte da circulação e o desvio pela Fajarda, mesmo assim foi possível cumprir o horário estabelecido e concentrar a equipa no Aeroporto da Portela, cerca das 08h30, para dar inicio ao Chek-In de armas e bagagens, referente ao voo TAP203.

Embarque pela porta 18 e descolagem com uma hora de atraso em relação ao horário estabelecido, uma situação banal nas ligações para África, chegada sem incidentes ao aeroporto de Bissau, recolha de armas e bagagens e inicio da viagem de aproximadamente 170 Km, em estradas, mais parecidas com picadas, africanas, até ao Hotel do Capé, com paragens previstas em Mansoa e Bafatá, para equilibrar os níveis líquidos.

Nas paragens previstas, em Mansoa, não havia cerveja fresca, o que também é comum por aquelas bandas, em Bafatá, o precioso malte estava pouco fresco, mesmo assim limpou o pó das gargantas sequiosas, ao mesmo tempo que revíamos os empregados da Churrascaria, Odete e Malan(zinho), no entanto, há a registar uma paragem forçada, para mudar uma roda devido a um furo, no carro das bagagens.


Retomada a viagem para o Hotel, onde aportámos cerca das 20 horas locais, que por sinal também eram as de Portugal, seguiu-se a distribuição dos aposentos e dos secretários, mantendo o Lúcio Faria o seu incansável Sangonga, ao Paulo Orelhas, tocou o Yé, ao Comandante Carlos Modesto o Adulai, ao João Galamba o Mossuri e aos estreantes, João Albuquerque e Carlos Silvestre, os inseparáveis, Adu e Mustafá, respectivamente, como homem do mato e representante do Ministério da Agricultura, foi destacado o experiente Bacari, que se encontrava em recuperação de um malfadado e inoportuno encontro da sua motorizada com um carro, que se saldou apenas por uma perna partida, que teimosamente tardava em ir ao lugar, facto que o obrigava ao uso de uma moderna muleta.



A situação física de Bacari não foi do agrado das suas chefias, que em sua substituição mandaram o diligente Senhor Silva, homem de larga cultura militar, porque de cinegética, ainda estava a dar os primeiros passos, ou melhor dizendo, os primeiros sonos, já que na maioria das jornadas, permanecia junto ou dentro das viaturas em profundo recolhimento espiritual.


Arrumada a tralha e enquanto era aguardada a primeira refeição no hotel foi disputado o primeiro dos muitos confrontos de Sueca, entre os pares Galamba-Paulo e Modesto-Carlos Silvestre, cujo saldo se cifrou a favor dos primeiros, com o desagrado dos vencidos.

Seguiu-se o jantar com a habitual distribuição dos lugares na mesa, que por tradição se mantêm do primeiro ao ultimo dia, o qual constou de uns saborosos bifes de gazela, soberbamente confeccionados pelo Chefe Fernando, cada vez mais apurado, nas suas receitas e superiormente servidos pelos novos e dedicados empregados do hotel, Issa e Panjia, nota que o Issa é masculino, para que não haja confusões.


A noite na savana já ia alta, quando todo o grupo recolheu á cama, já que a alvorada para o dia seguinte estava marcada para as 06h00.

2º Dia –24/02/2007

06h00 locais, alvorada, pequeno almoço habitual, pão, manteiga, ovos fritos, por vezes salsichas e fiambre, sumo, café e leite, compunham as iguarias que nos iriam manter activos até ao final da primeira jornada de caça, que tinha como destino a Bolanha de Erlelema e que para inicio da campanha não desagradou, permitindo a todos os participantes efectuar uma adaptação ao tiro e ao voo, sendo cobradas 633 rolas com 1.625 tiros, o que confere uma média de 2.6, nada mau para o começo.


Retorno ao hotel, por volta das 10h da manhã, para descomprimir com um banho de piscina e de seguida provar os aperitivos levados de Portugal, presunto pata negra, queijo de Serpa, paios do Alentejo, bem como o vinho branco da Herdade do Esporão, este ultimo importado pelo estalajadeiro.


O almoço, foi uma surpresa, porque não esperávamos por uma refeição de sardinha assada, saldou-se pela surpresa, já que o estado dos peixes (congelado), os deixou um pouco secos e também porque já estávamos adiantados com a ingestão dos aperitivos.

Uma sesta reconfortante, para uns, uma partida de sueca para outros e de seguida a distribuição de equipamento aos secretários, composto por Tshirts, coletes, calças e sapatilhas, tudo de harmonia com o figurino e com o aval do estilista Coruchense, Jorge Parreira, e eis chegadas as 16 horas, tempo marcado para a partida para a segunda jornada do dia desta vez para a bolanha de Contubel II.


A zona de caça que vos conto situa-se junto à povoação, do mesmo nome, aqui em África designada por Tabanca e por conseguinte muito convidativa à presença dos nativos em especial das crianças que teimam em ajudar os secretários na apanha das aves, para no final poder obter uma compensação em espécies (rolas).

A meio da caçada, somos surpreendidos, pela intervenção do Exército, através do destacamento local, cuja escolta era comandada pelo sargento Valentim, o qual apreendeu as armas do Carlos Silvestre e do João Albuquerque e deu por terminada a jornada, porque segundo eles (exército), não ter sido avisados do acontecimento, facto que nos levou à presença do comandante local um ilustre Tenente-Coronel, que se entretinha junto do aquartelamento, em deplorável estado, para não dizer em ruínas a ver disputar uma partida de damas num tabuleiro original, cujas pedras eram mesmo bocados de tijolo pintados de branco e negro.


A nossa presença interrompeu o jogo e após os esclarecimentos prestados pelos representantes do Ministério da Agricultura, Bacari e Silva, tudo ficou sanado, tendo o Tenente-Coronel, pedido desculpas ao nosso Homem Grande, João Albuquerque, sem que antes o segurança que dormia em cima de uma tábua se ter composto no que toca a fardamento, mas de imediato se ter descomposto no que refere a uma alternadissíma bebedeira que se não fosse o apoio do Carlos Silvestre, tinha-se estatelado no meio dos presentes.

De volta ás viaturas, já nossas conhecidas de anos anteriores e regresso ao hotel, terminada a jornada que apesar de interrompida a meio ainda registou 1.150 tiros com 472 rolas cobradas, a que corresponde uma média de 2,4 tiros p/ave.

No hotel já nos esperava o Senhor Governador de Bafatá, Carlos Abdulai, que formalmente apresentou os cumprimentos de boas vindas e foi obsequiado com várias lembranças, entre elas a medalha da Vila de Coruche, o diploma de Membro do Clube Amigos do Capé e um fato completo (com camisa e gravata) de excelente corte, para as recepções oficiais e para as deslocações a capital.


O jantar, servido á beira da piscina, teve como prato principal uma galinha caipira, mas permitam-me que destaque as excelentes sopas de entrada superiormente confeccionadas pelo Chefe Fernando e servidas pelo Issa e pela Panjia.




3º Dia –25/02/2007

Alvorada, cerca das seis da manhã, pequeno almoço e partida para a Bolanha de Buntusum, relativamente perto do hotel, para não desgastar corpos e viaturas, boas expectativas, que se vieram a confirmar com uma jornada produtiva, já que as aves compareceram ao encontro e o saldo cifrou-se em 1.275 tiros e 568 rolas cobradas, a que corresponde uma média de 2,2 tiros/ave.

No final da jornada já era visível satisfação dos participantes, consumada que estava a adaptação ao cenário de caça, mais concretamente à velocidade das aves.


Entre duas cervejas refrescantes e a descrição de um lance mais especial no verdejante da Bolanha, lá cumprimos o calendário e regressámos ao hotel por volta das dez horas da manhã, para dar cumprimento ao ritual do aperitivo, desta vez acrescido de uma suculentas rolas fritas pelo nosso Chefe Fernando, que supera sempre as expectativas.



Já ao almoço, as coisas não correram pelo melhor, porque o simples esquecimento de lavar/queimar a grelha do assador, transmitiu os aromas e sabores das ilustres sardinhas da véspera, às brilhantes costeletas de gazela,, que faziam parte a ementa em curso.

Findo o almoço, mais uma partida de sueca , desta vez os pares Albuquerque-Modesto contra os primos Lúcio e Carlos, teve um desfecho desfavorável para os primeiros, cotados como profissionais da modalidade, não levaram por vencida a parelha do Biscainho, que deu provas de um elevado entrosamento, nomeadamente na fabricação de macetes e nalguma renúncia despercebida, da dupla de profissionais.

Pelas 15h30, partida para a jornada da tarde, por um caminho sinuoso e pouco cuidado, todavia de uma beleza ímpar, referimo-nos à Bolanha de Farato.


Mais uma vez as aves compareceram ao encontro e o resultado da contenda, foi de 1.325 tiros e de 538 rolas, apanhadas, a que corresponde uma média de 2,5 tiros/ave, ligeiramente inferior à média da manhã, mas nada que deslustre o desempenho do atiradores, cada vez mais adaptados ao solo e também ao clima da savana africana.


Regresso ao hotel, um banho reconfortante, jantar, desta vez uns apetitosos filetes de pescado, acompanhados de verdejante salada e regados pelo que restava do moderno garrafão, agora denominado bag-in-box, americanices, enviado directamente da Herdade dos Coteis, pelo nosso companheiro, ausente José Venâncio, que nestas alturas era sempre lembrado, por não ter mandado mais um pacote.

Reforçada a dose de munições, estava gasto o primeiro milheiro, por cada atirador, no entanto, alguns comparsas, denotavam dificuldades em pegar no sono, tendo que recorrer ao apoio do respectivo supositório, quero dizer comprimido, que isto de gluseimas, não é para gente deste calibre.


4º Dia – 26/02/2007

Como sempre o dia começa pela alvora, nem sempre efectuada por quem de direito, os secretários, já que estes se deixavam dormir constantemente, tendo que ser este vosso escriba ou outro companheiro a anunciar o despertar.

Primeira refeição e partida para a Bolanha de Boli, igualmente perto do hotel, o que convinha, dado o estados dos caminhos.

Mais uma jornada cumprida, com 1.075 tiros dados e 384 rolas cobradas, subindo ligeiramente a média para 2,8 tiros/ave, situação que levou o comandante do grupo a rever a estratégia de abordagem à temática, mormente no que refere ao abate da Pomba Verde, animal que rareava por aquelas paragens e também ao uso da arma de substituição, coisa que não estava nos seus propósitos, mas que aconteceu, contra a sua vontade.


De volta ao hotel e ao aperitivo, na deslocação a missão humanitária e cultural, nunca foi esquecida e por isso registaram-se várias paragens em escolas primárias para fazer a entrega de material escolar e de bolas e futebol que faziam a alegria da pequenada.


Seguiu-se o almoço, canja de rola e bife com natas, descanso e novamente rodas no ar, em direcção à Bolanha de Ponta Nova.
Pouca pomba, no entanto, ainda foi possível contabilizar 675 tiros, para 274 rolas cobradas, saldando-se pela jornada mais fraca, porém, mantendo uma média de 2,5 tiros/ave.
O jantar servido como sempre na beira da piscina, contou com uma entrada de camarões grelhados, em dose curta e depois um choco assado, para complemento.
Para os benfiquistas, nomeadamente o estalajadeiro, Aquilino Abreu, a noite terminou em beleza, já que o clube da Luz, derrotou o Paços de Ferreira por 3-1, com direito a transmissão televisiva, através da RTP Africa.


5º Dia – 27/02/2007

Cinco horas da manhã e já toda a comitiva s encontrava a pé, para uma vez mais saborear o pequeno almoço e partir em direcção à Bolanha de Djabicunda.
Jornada agradável, com bons lances, alguns caçadores a dar largas ao seu ego e a efectuar múltiplos dobles e vários triplos, o que em Portugal é impensável de efectuar.No final, contabilizaram-se os tiros, 1.150 e 449 rolas abatidas, conferindo uma média de 2,6 tiros/ave.De regresso um pouco mais cedo ao hotel, já que para o almoço estava destinada a confecção de uma brilhante Açorda Alentejana, acompanhada do fiel amigo, o bacalhau e que teve por executantes o Paulo Orelhas e este vosso escriba.


No final do repasto, houve lugar a largos elogios, ficando aprazada nova refeição para data e local a designar.

Para a jornada da tarde, retornámos à Bolanha de Contubel III e quando já nada fazia esperar, eis que as aves chegam em elevado número, de tal forma que todos os compinchas esgotaram o stok de cartuchos levados, cifrando-se em 1.800 tiros dados e 770 rolas apanhadas, a que corresponde uma média de 2,3 tiros/ave, com a particularidade de que todos os caçadores cobraram mais de 100 rolas, em suma uma boa jornada de caça.Porque estávamos em Contubel e dada o elevado numero de tiros, é certo e sabido que abundava a criançada e registe-se com agrada a presença do sargento Valentim e outros militares, desta vez mandados pelo seu comandante o tal Tenente-Coronel, mas para auxiliar os secretários na apanha das aves e já agora trazer algumas rolas para o quartel, para reforço do rancho.
Retorno ao hotel para retemperar forças e degostar ao jantar uma galinha de cafrial, especialidade africana.



6º Dia – 28/02/2007

Mais uma alvorada, pequeno almoço e a comitiva rumava à Bolanha de Chainga, para dar continuidade a uma jornada de caça, que prometia, muita pomba, em linguagem local, todavia, as expectativas, pouco a pouco, foram acalmando e no final, foi contabilizado o numero redondo de 1.000 tiros, para um abate de 411 aves, a que corresponde uma média de 2,4 tiros/ave.
Embarque para o hotel onde nos esperavam os habituais aperitivos, que não fosse o almoço, um excelente aproveitamento do bacalhau sobrero da véspera, que foi assado, num braseiro africano, superiormente acompanhado, por uma suculenta salada mista (tomates, alface e cebola), bem regado por um branco do Esporão, especialmente fretado em Bissau, já que a reserva do hotel estava escassa.


De tarde, cumpriu-se o ritual da visita à Tabanca de Contuba, para gáudio de toda a populaça, já à espera da habitual “amêndoa”, que em bom português quer dizer rebuçado, só que desta vez, não couberam na bagagem, porque em seu lugar foram levadas várias bolas de futebol, que fizeram a alegria das várias equipas existentes.


Ao “Homem Grande”, foi ofertado os habituais 50 euros, para dar continuidade às obras da igreja, que à semelhança de Santa Engrácia, nunca mais estão prontas.
A visita termina com a tradicional oração muçulmana, que deseja a todos, saúde, sorte e vida longa que Deus não pode dar tudo.
Regresso apressado ao hotel, mudar de indumentária e partir em direcção à Bolanha de Contubel II, para tentar repetir a tirada do dia anterior.
E assim foi, mais uma belíssima jornada com 1.575 tiros dados e 724 rolas cobradas, à média de 2,2 tiros/aves, com a maioria dos atiradores a cobrar mais e 100 exemplares, corroborando lances de maestria, dignos de qualquer profissional da arte.
No hotel, já nos esperava o senhor Governador de Bafatá, Carlos Abdulai, nosso convidado para o jantar, que ele mesmo nos tinha oferecido, ou seja um belo exemplar da raça caprina, dignamente assado no forno, antecedido de uns camarões cozidos e grelhados, alternando com uma galinha caipira, para já não falar da sopa de legumes que faz a delicia do comum dos mortais, tão farta mesa, teve razão especial, já que estava também presente uma equipa da televisão guineense, para recolha de imagens para um filme de promoção ao turismo na região.
Por isso, a noite terminou com a exibição do Grupo de Folclore de Bafatá, com as suas coloridas bailarinas, a evoluir ao som dos batuques, num movimento harmonioso, qual gazela a escapar ao leopardo, perceberam o trocadilho, ou não.
Já a noite ia alta quando todos recolheram aos aposentos, para retemperar forças, num sono repousante, à base de algumas ajudas, é certo, mas valeu.



7º Dia –01/03/2007

Rompe a primeira alvorada do mês de Março e a digressão aproxima-se do final, estamos de partida para penúltima jornada de caça, tendo sido eleita a Bolanha de Erlelema, onde iniciámos as hostilidades, para preparar o encerramento e assim aconteceu, contaram-se 1.550 tiros, para 635, rolas apanhadas, curiosamente, mais duas que na primeira jornada e menos 75 tiros, por conseguinte uma média de 2,4, ligeiramente inferior que a primeira que foi de 2,6.
A Bolanha serviu para as fotos da praxe, caçadores, secretários e subsecretários, motoristas, aliás importa referir que a viatura dos caçadores foi soberbamente dirigida pelo xofer-mecânico, Armando Lopes, enquanto o jipe dos secretários foi conduzido pelo Uri.


De volta ao hotel, para uma refeição onde a gazela imperou e já se faziam horas da partida, para aquela que viria ser a derradeira jornada da digressão, tendo sido escolhida a Bolanha de Contubel III, pelos brilhantes resultados em anteriores jornadas, mas desta vez, além da abundância das aves, também a criançada, nos esperava, de tal forma que a multidão era tanta, que tivemos que mudar de poiso, mesmo assim, ainda foram cobradas 401 pombas, com 875 tiros, a que corresponde uma média de 2,2 tiros/ave, a média mais baixa, igualando as perfomances do dia anterior e da Bolanha de Buntusum.


Retornando ao hotel, chegou a hora das contas finais, aliás, o Aquilino Abreu, já nos esperava de bloco em punho, para mais não fazer que confirmar, aquilo que ao longo das jornadas estava apontado no meu mapa, 15.075 tiros dados e 6.270 aves abatidas, a que correspondeu uma média global de 2,4 tiros/ave, uma boa nota para uma equipa homogénea em que o atirador que mais tiros deu, que por sinal, foram dois, Lúcio Faria e João Albuquerque, com 2.700 tiros, no entanto Lúcio cobrou 1.301 rolas, enquanto o amigo João se situou nas 819 aves abatidas.

O jantar da noite da despedida, como não podia deixar de ser, o tradicional leitão, desta vez, menos gorduroso e bem temperado.
E por falar em despedidas, não é possível olvidar as famosas caipirinhas de caju, requintadamente preparadas pelo Aquilino, que já registou a patente.



8º Dia – 02/03/2007

Ultimo dia, as malas já vão a caminho de Bissau e nós seguimos acompanhados do senhor Governador, que aproveitou a nossa deslocação, para nos fazer companhia e repartir a carga humana, também pela sua viatura, já me esquecia de dizer que o Governador de Bafatá, tem direito a casa, quero dizer Palácio e viatura, combustível é que tem ser comparticipado pelos economia local.

Já em Bissau e antes do almoço, que foi marcado no restaurante “A Padeira”, aproveitou-se o tempo para uma visita ao mercado e as habituais compras de artesanato, porque resta pouca escolha.

“ A Padeira” por sinal em boa forma, que o diga o amigo João Albuquerque, que teve honra de entrevista pessoal, serviu-nos um repasto digno dos deuses do Olimpo, já que o camarões tigres, grelhados no ponto, antecedidos de uma cerveja bem gelada, logo complementados com uns chocos também grelhados, fizeram as delicias do conclave.

A partida do voo TP 204, estava marcada para as 17 hora e mais coisa, menos minuto, lá descolámos rumo a Lisboa, com a certeza da missão cumprida e com o desejo de que o ano passe depressa para poder repetir os momentos inolvidáveis e inesquecíveis, vividos em plena savana africana.
E termino da mesma forma, como há três anos atrás, com a chegada a Lisboa é o reencontro com a realidade, toda a equipa veste o uniforme da vida e deixa para trás oito longos dias de ficção, alguma loucura, prazer e principalmente amizade e tolerância, atributos pessoais que tão raros são nos dias de hoje.




Coruche, 05 De Março de 2007
O Cronista de Serviço
"El Panchito"